Alerta de spoilers!
O terceiro episódio da segunda temporada de The Last of Us confirma um temor que cresceu entre os fãs: a série, abalada pela morte brutal de Joel no episódio anterior, parece ainda buscar seu novo rumo. A abertura é marcada por uma cena devastadora — Tommy velando o corpo do irmão e, num sussurro carregado de dor, pedindo que ele “mande lembranças” a Sarah, filha falecida de Joel. Um soco no estômago que reforça que The Last of Us como conhecíamos acabou. Só que, ao longo do episódio, a narrativa hesita, como se a própria série estivesse tão perdida quanto seus personagens.
Ritmo lento e foco emocional tornam a jornada de Ellie mais pesada
Diferente da primeira temporada, onde o terceiro episódio (“Long, Long Time”) marcou profundamente o público, esta nova fase parece patinar. “Expedition 33” — centrado em Ellie — tenta digerir o luto e a devastação deixados pela morte de Joel, mas escorrega no ritmo e na construção emocional. Bella Ramsey se esforça para carregar boa parte das cenas sozinha, mas sem o contraponto forte de outros personagens, o episódio perde intensidade.
Embora o desenvolvimento emocional de Ellie seja central, a sensação é de estagnação. São poucos momentos que resgatam a personagem sarcástica e determinada da primeira temporada. O peso do luto é legítimo, mas, nesta caminhada, o roteiro parece enterrar não só a dor de Ellie, como também a ligação do público com sua trajetória.
Entre lampejos de esperança e ameaças desconhecidas
A presença de Dina (Isabela Merced) traz alguma leveza, e a química entre ela e Ellie sugere uma nova âncora emocional para os próximos episódios. Em contrapartida, o surgimento apressado do W.L.F. e de um novo grupo quase cultista deixa claro que a segunda temporada está construindo seu universo de forma um tanto atropelada — rápido demais para aprofundar conflitos, mas lento demais para manter a tensão narrativa.
O episódio também introduz Gail (Catherine O’Hara), que oferece uma perspectiva dura, mas certeira: Ellie não é apenas fruto da influência de Joel — ela trilha seu próprio caminho. Essa visão abre uma brecha para novas possibilidades de redenção ou tragédia, à medida que a série se afasta do que foi a base emocional da primeira temporada.
The Last of Us precisa encontrar sua nova identidade
A impressão que fica é que The Last of Us ainda luta para se reencontrar. Sem Joel, a série inevitavelmente muda de tom — e precisa, urgentemente, construir novas raízes emocionais para manter seu impacto. Mesmo com altos e baixos, há indícios de que caminhos promissores podem surgir. Só resta saber se a série terá fôlego para chegar lá.
Confira aqui o teaser do episódio 4 da segunda temporada que estreia na próxima semana: