Elden Ring definitivamente é um dos maiores jogos da geração, e com a chegada da sua DLC Shadow of the Erdtree a FromSoftware crava mais uma vez seu nome na história da indústria dos games. Elden Ring: Shadow of the Erdtree com toda certeza será uma das melhores DLC’s que você já jogou na vida.
Um RPG focado em ação que não está preocupado em fazer conspecções para agradar os fãs mais ardilosos, ao mesmo tempo que não se curva aos novos jogadores para alterar a essência da proposta dos seus jogos. Hidetaka Miyazaki sabe exatamente o que precisa fazer para alcançar o seu jogo perfeito de fantasia, e ele não vai parar até conseguir. Para nossa felicidade, Shadow of the Erdtree não é uma dlc qualquer e dá passos longos no avanço desse maravilhoso subgênero que é o soulslike.
A dificuldade é alta, mas você também pode ficar mais fortes
Para trazer o mesmo impacto dos desafios da versão base lançada em 2022, a dlc adiciona uma nova mecânica para balancear os níveis dentro do Reino das Sombras. Os fragmentos da Umbrárvore são itens que você precisa encontrar no novo mapa para que os combates fiquem um pouco mais equilibrados e que a aventura dos menos experientes não se tornem tão frustrantes.
Elden Ring: Shadow of the Erdtree, cada nível fortalecido desses fragmentos proporcionam um aumento de 5% no poder de ataque e uma defesa similar. Essa melhoria é notável, especialmente quando comparada ao início do jogo, e afeta até mesmo os inimigos mais simples. Embora seja possível atingir o nível 20, por volta do nível 15 você já estará preparado para enfrentar o boss final e sair vitorioso!
É uma novidade que trouxe muitas controvérsias nas redes sociais, contudo na minha experiência esse foi um grande acerto para Shadow of the Erdtree. Não só por motivos de balanceamento dos combates, mas também para que o jogador se sinta ainda mais recompensado ao explorar o extenso e complexo interligado da dlc.
Level design e narrativa andam lado-a-lado
Falando em exploração e recompensas, um dos grandes atrativos que me fisgou aqui é o fato da dlc ser bastante linear. Quero dizer, o Reino das Sombras ainda é gigante, com várias áreas escondidas e caminhos diferentes para ser encontrado. Contudo esses caminhos são direcionados de uma forma mais direta e objetiva de um modo mais parecido com os jogos anteriores da FromSoftware.
Nesse sentido, graças a essa mudança no level design com relação ao jogo base, também tivemos um impacto significativo em como decidiram contar a história central de Shadow of the Erdtree. Por mais que nos outros souls a comunidade de fãs do gênero adore a confusão que Hidetaka Miyazaki faz na hora de contar suas histórias, eu confesso que não sou um grande apreciador do modelo. Na verdade, é comum depois de algum tempo eu parar de ler e prestar atenção nos textos por achar exageradamente forçado para parecer complicado. Fora toda prática que hoje em dia é comum, de você precisar ir para o Youtube assistir vídeos de outras pessoas tentando explicar a história de algo que você acabou de passar mais de 150 horas jogando.
Entretanto, a dlc se esforça para mudar um pouco isso e funciona bem. Conforme você encontra NPC’s que estão sempre muito bem posicionados em seu caminho, a história sobre a busca por Miquella no Reino das Sombras vai ganhando forma, fazendo cada vez mais sentido conforme você progride nas novas áreas. Sendo possível existir nessa até um “climax”, onde rola um grande embate próximo ao final que só é empolgante dentro do gameplay graças a essa mudança no formato de como a narrativa é exposta. É tranquilamente um dos grandes momentos do jogo.
Mas caso você seja mais puritano ao jeitão old school do Miyazaki de contar histórias sem pé nem cabeça, pode ficar tranquilo! Ainda há muita lore e perguntas sem respostas aqui também para serem discutidos fora do jogo.
Novas armas e novas maneiras de enfrentar os desafios
Ao todo Shadow of the Erdtree trouxe aos jogadores 8 novos tipos de armas que podem mudar completamente seu estilo de luta. De espadas variadas e até mesmo perfumes para serem lançados nos inimigos, o leque de builds foi expandido consideravelmente. E isso é maravilhoso, principalmente para quem deseja se internar ainda mais em Elden Ring testando cada uma das novidades por muitas e muitas horas.
E claro, apesar das novas armas serem muito úteis, nada disso teria muita graça sem a existência de novos e brutais inimigos espalhados no Reino das Sombras. Considerando que essa é a sua primeira jogada, e você ainda não conseguiu encontrar todos os fragmentos da Umbrárvore, esteja preparado para passar raiva em batalhas fervorosas até mesmo contra muitos inimigos comuns.
Sem dor, sem ganho
Durante toda minha jornada no jogo base decidi não ser tão eclético na escolha dos meus armamentos. Sou um homem simples quando o assunto é souls, eu vejo a Claymore e uso ela. Ponto final. E fui feliz assim por muitas horas. Chegando na dlc a minha falta de habilidade foi exposta e a Claymore não estava sendo suficiente para acompanhar o moveset veloz dos principais chefes logo nas primeiras áreas do Reino das Sombras.
No meio das minhas tentativas falhas, fui levemente prejudicado com alguns pequenos problemas de travamento do jogo, e frequentemente tive a sensação de estar sendo sabotado pelo hitbox do jogo, especificamente do Leão dançante. Lembrando que isso aconteceu mais próximo da época do lançamento, ainda sem as atualizações com melhorias.
Por mais que essas frustrações sejam sim algo relevante para eu pontuar aqui como algo negativo dentro da minha experiência, no final do dia derrotei o Leão com a Claymore e a dopamina tomou totalmente meu cérebro. A sensação de prazer em cada vitória dessa dlc nos faz lembrar o quanto a FromSoftware é realmente boa no que faz, e que o gameplay atrelado à dificuldade é o que move o jogador sempre para frente. Você sempre quer mais, almejando ser surpreendido e a melhor parte é que Shadow of the Erdtree vai te entregar isso.
O suprassumo das batalhas de chefes
Não há como questionar a FromSoftware quando o assunto é criação de mundo, criaturas e combates memoráveis. Ainda mais quando estamos falando de DLC’s, o histórico não mente, e em Elden Ring não é diferente.
Mesmo que alguns sejam um pouco mais fáceis as vezes, o jogo compensa isso de diferentes formas. Seja com um visual belíssimo do chefe, os cenários ou até mesmo a música de fundo que dita os ritmos dos combates. Aliás, sem dar spoilers, mas com certeza uma das minhas trilhas favoritas de todo o jogo está na dlc.
No fim só uma coisa importa
Dado o quão Elden Ring: Shadow of the Erdtree é um produto fora da curva, por mais que eu tenha encontrado alguns problemas na minha jornada, tudo parece muito pequeno em comparação com o está entregue. Como as travadinhas de performance que eu tive jogando no PC, ou coisas mais bobas como a falta de Conquistas / Troféus para cada um dos seus grandes feitos.
No final das contas, o tom épico que escalona a cada grande inimigo encontrado junto ao gameplay de Elden Ring define perfeitamente o que é vídeo game. E por essas e outras, essa é uma experiência mais do que obrigatória para quem ama essa arte.
The Review
Elden Ring: Shadow of the Erdtree
Elden Ring: Shadow of the Erdtree é mais do que recomendado!
PROS
- Level design
- Visuais impactantes
- Novas armas
- Chefes incríveis
- Momentos épicos
- Narrativa
CONS
- Performance (antes das atualizações)
- Problemas com hitbox de inimigos
- Não tem conquistas / Troféus