O futuro pode estar mais perto do que imaginamos—pelo menos é o que a Microsoft promete com seu novo chip, o Majorana 1. Segundo a empresa, essa tecnologia pode transformar a computação quântica em realidade em “anos, não décadas”. Sim, aquele conceito que parecia coisa de ficção científica pode estar batendo na nossa porta.
O Majorana 1—pronunciado “Maiorana”, em homenagem às partículas quânticas de mesmo nome—é pequeno o suficiente para caber na palma da mão, mas, segundo a Microsoft, seu potencial é gigantesco. Ele pode, no futuro, superar a capacidade de todos os computadores do mundo juntos. E olha que, ironicamente, ele até tem um visual meio retrô!
Esse chip é o resultado de uma busca que já dura quase 20 anos. A Microsoft apostou em um caminho arriscado, mas que agora parece estar valendo a pena: a criação dos topocondutores—materiais que usam um novo estado da matéria. Não é sólido, líquido nem gás, mas um estado topológico que permite a construção de qubits menores, mais rápidos e muito mais estáveis. Para quem não está tão por dentro, um qubit é a unidade básica da informação em um computador quântico.
A empresa compara esse avanço ao surgimento dos semicondutores, que revolucionaram a tecnologia e permitiram a criação de smartphones, computadores e praticamente todos os eletrônicos modernos. Se tudo der certo, a computação quântica pode mudar o mundo de maneiras que nem conseguimos imaginar.
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E quais seriam os impactos disso? A Microsoft sugere avanços em diversas áreas, desde materiais de construção autorreparáveis até novas formas de eliminar microplásticos do meio ambiente. A agricultura também pode ser beneficiada, melhorando a fertilidade do solo e aumentando a produção de alimentos.
Agora, imagine combinar inteligência artificial com computação quântica. O processo de tentativa e erro na criação de novos produtos poderia ser totalmente eliminado. Em vez de testar infinitas variações, a IA poderia simplesmente calcular a fórmula exata do que queremos fazer. Como explicou Matthias Troyer, um dos engenheiros da Microsoft, a ideia é que o computador quântico ensine a IA a linguagem da natureza—e aí, adeus erros, adeus protótipos.
Mas nem tudo são flores. A computação quântica também pode abrir um novo mundo de riscos cibernéticos e ameaças militares. O governo dos EUA já está de olho nisso e trabalha com a Microsoft através da DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa). Afinal, uma tecnologia tão poderosa pode ser tanto uma revolução quanto uma grande arma.
A Microsoft não é a única nesse jogo. O Google revelou seu chip quântico Willow no final do ano passado, enquanto a Nvidia não está tão otimista, apostando que a computação quântica só será realmente útil daqui a mais 20 anos.
E agora, fica a pergunta: estamos prontos para essa revolução? Porque, se depender da Microsoft, o futuro já começou.