O que acontece quando um estúdio de jogos fecha as portas e foge com o dinheiro dos apoiadores? Um vazamento de mensagens internas revela os bastidores do fracasso de The Day Before, um jogo de sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico.
The Day Before era um projeto ambicioso da Fntastic, uma empresa russa que prometia entregar uma experiência imersiva e realista de sobrevivência em um cenário devastado por uma pandemia. O jogo chamou a atenção de muitos fãs do gênero, que apoiaram a campanha de financiamento coletivo no site Kickstarter.
Lançado em 7 de novembro de 2023 com uma quantidade considerável de críticas negativas a Fntastic anunciou o cancelamento do jogo e o encerramento do estúdio, alegando dificuldades financeiras e problemas técnicos. Os apoiadores ficaram revoltados e exigiram o reembolso do dinheiro investido, mas não receberam nenhuma resposta.
Nesse breve período foi revelado por vazamentos em páginas do Reddit pelo usuário @zVISCERAL, que The Day Before vendeu mais de 200 mil unidades, entretanto também foi solicitado mais de 90 mil pedidos de reembolso dentro da plataforma Steam.
Agora, um vazamento de mensagens internas da equipe de desenvolvimento e dos voluntários que trabalhavam no jogo revela que a Fntastic planejou uma saída fraudulenta desde o início. Nas mensagens, é possível ver que os desenvolvedores sabiam que o jogo estava longe de ser concluído e que usaram assets comprados na loja da Unreal Engine para criar as cenas do trailer e das demonstrações. Eles também discutiam como enganar os apoiadores e a imprensa, inventando desculpas e mentiras sobre o progresso do jogo.
Um dos trechos mais chocantes mostra o fundador da Fntastic, Edvard Khachatryan, dizendo que o jogo era apenas um “experimento social” e que ele iria fugir com o dinheiro para uma ilha paradisíaca. Ele também zombava dos apoiadores, chamando-os de “idiotas” e “ovelhas”.
The Day Before é mais um exemplo de como os projetos de financiamento coletivo podem se tornar um pesadelo para os consumidores, que confiam na boa-fé dos criadores e não têm garantias de receber o produto prometido. O caso também levanta questões sobre a ética e a responsabilidade dos desenvolvedores de jogos, que devem respeitar os seus fãs e oferecer um trabalho honesto e transparente.