A Ubisoft está passando por uma fase um pouco mais complicada, e esse é o momento perfeito para mudar sua abordagem para Far Cry, assim como fez com Assassin’s Creed.
Com a lista de 2022 da Ubisoft não correspondendo às altas expectativas de vendas da empresa, a empresa decidiu passar por algumas mudanças internas, com a maior notícia sendo o cancelamento de três jogos não anunciados e mais um atraso para Skull and Bones, que parece emperrado no momento. Mas enquanto a empresa pode continuar limpando sua ficha, suas maiores propriedades estão onde está o dinheiro, e Far Cry precisa desesperadamente de reinvenção.
Estreando em 2004, Far Cry é uma das franquias mais vendidas da Ubisoft há quase duas décadas, rivalizando apenas com a franquia Assassin’s Creed. Mas enquanto Assassin’s Creed mudou e se adaptou ao longo dos anos, com uma grande mudança ocorrendo com o lançamento de Assassin’s Creed Origins em 2017, a série Far Cry permaneceu basicamente a mesma por cerca de uma década, e já era hora da Ubisoft mudar isso.
Por que a Ubisoft precisa se reinventar com a franquia Far Cry
O primeiro jogo Far Cry pode não ter sido o mais vendido da franquia, mas foi um ponto de partida sólido, com os jogadores sendo encorajados a explorar a ilha do jogo de forma não linear. Far Cry 2 levou isso para o próximo nível, introduzindo uma série de atividades paralelas que poderiam ser abordadas em qualquer estágio. Mas Far Cry 3 é onde a franquia realmente consolidou seu domínio no gênero FPS de mundo aberto. Oferecendo aos jogadores uma ilha inteira para explorar, com postos avançados para derrubar, armas para desbloquear, itens para criar e missões secundárias em abundância, Far Cry 3 revolucionou o FPS de mundo aberto em 2012, mas a franquia mal avançou desde então.
Já se passaram quase 11 anos desde que um dos melhores jogos Far Cry foi lançado na forma de Far Cry 3, e apesar de três lançamentos principais lançados desde então, e vários spinoffs, a fórmula Far Cry permaneceu praticamente inalterada. Os jogadores ainda são lançados em um mundo aberto e têm rédea solta no mapa, com postos avançados que precisam ser derrubados, itens que precisam ser criados e toneladas de NPCs com muitas missões secundárias que precisam ser concluídas.
As únicas coisas que realmente mudaram são a configuração de cada mundo aberto e o tamanho do mapa. Por um tempo, essa fórmula foi a marca registrada da Ubisoft na indústria e rapidamente se tornou a razão pela qual os fãs adquiriram seus títulos de mundo aberto. Mas nos últimos anos, a percepção geral desses jogos mudou e os fãs estão desesperados por algo novo.
Basicamente a mesma coisa aconteceu com a franquia Assassin’s Creed. O primeiro jogo de 2007 foi um grande sucesso para a Ubisoft, e a sequência de 2009 melhorou seu antecessor de algumas maneiras bastante importantes, criando uma fórmula que permaneceria praticamente inalterada por anos. Assassin’s Creed 2, Brotherhood, Revelations, Assassin’s Creed 3 e Black Flag compartilham o mesmo DNA essencial e, embora cada entrada tenha trazido seu próprio cenário, protagonista e alguns novos recursos para a mesa, eles eram basicamente o mesmo jogo apenas repetido por cinco anos consecutivos.
Em 2015, no entanto, a Ubisoft levou a franquia Assassin’s Creed de volta as atenções em uma tentativa de reinventar a franquia. O produto final foi Assassin’s Creed Origins, um jogo que ainda manteve a essência e a narrativa principal da série original, mas virou sua jogabilidade de cabeça para baixo.
Em vez de enfatizar o combate furtivo e contra-ataque, Assassin’s Creed Origins enfatizou a jogabilidade hack-and-slash, ao mesmo tempo em que introduziu um sistema de saque profundo. Essa fórmula foi transportada para todos os Assassin’s Creed lançados desde então. Embora essa reinvenção tenha sido bastante divisiva, ela manteve a franquia nova e relevante, e não há alternativa real para Far Cry neste momento. Se a Ubisoft deseja manter viva a franquia Far Cry, precisa fazer algo drástico com ela.