Desde seu lançamento em 2019, Death Stranding conquistou uma legião de fãs apaixonados por sua abordagem única à exploração, atmosfera imersiva e narrativa emocionalmente carregada. A criação de Hideo Kojima se destacou ao transformar a travessia de um mundo solitário e desolado em uma experiência meditativa e envolvente.
Diferente da maioria dos jogos de mundo aberto que incentivam a ação rápida e constantes interações, Death Stranding apostou em uma jornada introspectiva, onde cada passo tem um peso simbólico e emocional. Os jogadores foram cativados pelo universo cuidadosamente construído por Kojima, onde a conexão entre os personagens e o mundo ao redor se torna o cerne da experiência.
Elementos como o vasto ambiente melancólico, a trilha sonora impactante e a relação quase simbiótica entre o jogador e o protagonista, Sam Porter Bridges, são algumas das características que tornam esse jogo inesquecível. A sensação de isolamento, misturada com a esperança de reconstruir um mundo fragmentado, fez com que Death Stranding ressoasse profundamente com aqueles que buscavam algo além do tradicional.
Se você é um desses fãs que encontrou beleza na solidão e na contemplação da obra de Kojima, então Under the Waves pode ser sua próxima grande jornada. Desenvolvido pela Parallel Studio e publicado pela Quantic Dream, esse jogo indie traz uma experiência subaquática igualmente introspectiva e atmosférica, com mecânicas e temas que certamente agradarão aqueles que se encantaram com a proposta única de Death Stranding.
A solidão e o ambiente como personagem
Assim como Death Stranding usa sua paisagem vasta e desolada para contar uma história e transmitir emoções, Under the Waves faz o mesmo, mas trocando as paisagens áridas e montanhosas por um oceano profundo e misterioso. Você assume o papel de Stan, um mergulhador profissional que decide se isolar em uma estação submarina enquanto lida com traumas do passado.
A exploração lenta e contemplativa do ambiente aquático ecoa a caminhada solitária de Sam pelos Estados Unidos fragmentados, criando uma experiência semelhante, mas com um novo cenário e um novo contexto emocional. A sensação de isolamento é amplificada pelo cenário submarino, onde a vastidão azul se estende infinitamente, trazendo um misto de paz e inquietação.
Como em Death Stranding, o ambiente em Under the Waves se torna um personagem por si só, moldando a jornada emocional do protagonista e impactando a forma como o jogador se sente ao explorá-lo. O jogo aposta em visuais belíssimos e um design sonoro meticuloso para criar uma imersão profunda, onde cada detalhe contribui para a atmosfera melancólica e contemplativa.
Narrativa reflexiva e profunda
Uma das maiores qualidades de Death Stranding é sua capacidade de abordar temas profundos de maneira emocionalmente carregada. O jogo não é apenas sobre entregar pacotes; sua história mergulha em questões existenciais, como a conexão humana, o luto, o isolamento e a necessidade de seguir em frente mesmo diante da adversidade.
Cada personagem que Sam encontra em sua jornada acrescenta uma nova camada à narrativa, reforçando a ideia de que, apesar de estarmos sozinhos em muitos momentos, precisamos uns dos outros para reconstruir o que foi perdido. Under the Waves segue um caminho semelhante, explorando questões emocionais complexas de maneira sutil e tocante.
O protagonista, Stan, lida com a dor da perda e a dificuldade de seguir em frente, e sua jornada subaquática reflete seu estado mental. O jogo convida o jogador a interpretar sua história de forma subjetiva, permitindo que cada um encontre seu próprio significado na jornada solitária de Stan. Assim como Death Stranding, Under the Waves não entrega respostas fáceis; ele sugere, provoca reflexões e deixa espaço para o jogador absorver a experiência à sua maneira.
Um ritmo contemplativo e uma jogabilidade imersiva
Se você gostou do ritmo mais lento e contemplativo de Death Stranding, Under the Waves pode proporcionar uma experiência igualmente recompensadora. Ele não é um jogo de ação frenética, mas sim uma jornada de introspecção e exploração. Enquanto em Death Stranding o ato de caminhar era transformado em um elemento crucial da jogabilidade, aqui a exploração do oceano funciona de maneira similar.
A interação com o ambiente submarino se dá por meio de mergulhos e pelo uso de veículos aquáticos, criando uma sensação de imersão semelhante à travessia dos vastos cenários pós-apocalípticos de Death Stranding. A mecânica de movimentação lenta e deliberada reforça a conexão do jogador com o ambiente, tornando cada momento uma experiência sensorial.
Além disso, a trilha sonora e os efeitos sonoros cuidadosamente trabalhados adicionam camadas extras à imersão, fazendo com que o oceano pareça vivo e cheio de mistérios a serem descobertos. Outro ponto de semelhança é a sensação de que cada pequena tarefa, por mais simples que pareça, tem um peso emocional dentro da narrativa.
Enquanto Death Stranding fazia o jogador sentir o impacto de cada entrega e do esforço físico necessário para atravessar o mundo, Under the Waves traz essa mesma ideia para suas mecânicas de exploração, onde cada novo mergulho ou descoberta representa um avanço na jornada emocional de Stan.
De maneira geral, ambos os jogos compartilham uma abordagem artística e filosófica sobre solidão, conexão e o impacto do ambiente na psique humana, tornando Under the Waves uma experiência essencial para quem se encantou com a obra de Kojima. E você, já jogou algum deles? Não esqueça de deixar as suas opiniões!