A franquia O Exterminador do Futuro é um marco da ficção científica, redefinindo o gênero com seus dois primeiros filmes. Lançado em 1984, o longa, dirigido por James Cameron, apresentou um thriller intenso, misturando viagem no tempo, ação e um vilão implacável, o T-800, interpretado por Arnold Schwarzenegger.
Sua sequência, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), elevou o patamar com efeitos visuais revolucionários, uma narrativa emocional e a transformação do T-800 em herói. Ambos os filmes não apenas conquistaram crítica e público, mas também se tornaram ícones culturais, estabelecendo um padrão elevado para a franquia.
No entanto, as sequências que vieram depois não conseguiram replicar a magia dos originais. Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003) trouxe ação frenética e teve seus méritos, enquanto Exterminador do Futuro: Salvação (2009) explorou a guerra contra a Skynet, conquistando alguns fãs com sua abordagem ousada.
Ainda assim, nenhum desses filmes — nem as tentativas posteriores, como O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015) ou O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (2019) — capturou a essência que tornou os dois primeiros tão especiais. A franquia parecia destinada a viver à sombra de seu próprio legado, até que Terminator: Resistance surgiu como uma surpresa inesperada.
Desenvolvido pela Teyon, um estúdio polonês com um histórico controverso por causa do criticado Rambo: The Video Game, Terminator: Resistance foi lançado em novembro de 2019 para PC, PlayStation 4 e Xbox One. O lançamento não foi isento de problemas: o jogo enfrentou críticas por gráficos datados, animações rígidas e uma inteligência artificial limitada.
Muitos o compararam a títulos de gerações anteriores, apontando que parecia mais um jogo de PS3 do que um produto contemporâneo. No Metacritic, as notas refletiram essa recepção morna, com médias de 47 (PS4), 55 (Xbox One) e 60 (PC). Apesar disso, os fãs da franquia enxergaram potencial, e o jogo começou a construir uma base sólida de admiradores.
Com o tempo, Terminator: Resistance ganhou nova vida. As versões para PS5 e Xbox Series X/S trouxeam melhorias técnicas, como resolução 4K, 60 quadros por segundo e tempos de carregamento reduzidos. Além disso, duas DLCs — Infiltrator Mode e Annihilation Line — expandiram a experiência, adicionando novas perspectivas e aprofundando a narrativa.

Essas atualizações, aliadas ao carinho dos fãs, transformaram o jogo em um verdadeiro cult, provando que a Teyon soube ouvir as críticas e polir sua obra. O jogo é um FPS com elementos de RPG, oferecendo uma mistura de ação, furtividade e exploração. O jogador controla Jacob Rivers, um soldado da Resistência, em uma Los Angeles pós-apocalíptica de 2028.
A campanha, com cerca de 10 horas, combina missões lineares com objetivos secundários, permitindo interações com NPCs, coleta de recursos e melhorias em armas e habilidades. Embora simples, a gameplay é funcional e captura com precisão a tensão de enfrentar máquinas implacáveis, como os icônicos T-800, em cenários sombrios e devastados que ecoam diretamente a estética dos filmes.
A trilha sonora, com tons eletrônicos e pulsantes, combina perfeitamente com os efeitos visuais, como o brilho característico dos rifles de plasma, intensificando a imersão e transportando o jogador para o coração da guerra contra a Skynet. Mesmo com algumas limitações técnicas perceptíveis, a atmosfera criada é eficaz, reforçando a tensão constante do universo pós-apocalíptico.
A história é um dos pontos altos, conectando-se perfeitamente aos eventos de O Exterminador do Futuro e O Julgamento Final, enquanto ignora as sequências cinematográficas posteriores. Sem revelar detalhes, a narrativa acompanha a luta da Resistência contra a Skynet, trazendo personagens interessantes, reviravoltas e alguns rostos conhecidos.
A trama respeita o material original, oferecendo uma conclusão épica que muitos fãs veem como a verdadeira terceira parte da saga. Ao contrário dos filmes, que complicaram a cronologia, o jogo entrega uma história fiel ao universo criado por Cameron. Terminator: Resistance não é perfeito, mas se destaca pela autenticidade.
Enquanto as sequências cinematográficas falharam em recapturar a glória da saga, este jogo conseguiu. Para os fãs que sonhavam com uma guerra do futuro à altura dos dois primeiros filmes, Terminator: Resistance é mais do que um jogo — é a esperança de que o legado da franquia pode continuar vivo quando se faz com o coração.
Mesmo com um orçamento restrito, a Teyon revelou um compromisso notável em recriar a essência dos filmes originais, transformando a obra em um marco querido que conquistou seu lugar como favorito entre os admiradores da saga. E você, já deu uma chance para o jogo? Deixe suas opiniões nos comentários!