Para quem é fã de Dragon Ball e viveu os jogos de PS2, principalmente os Budokai Tenkaichi, não poderia estar mais empolgado após o anúncio do Sparking Zero. Para quem não sabe, Sparking é o nome japonês dessa franquia, e a empresa decidiu unificar o nome para esse quarto jogo. Porém, ao invés de reviver os clássicos, a empresa ousou ao tentar misturar tudo o que vem dando certo nos últimos anos, mas… Será que funcionou?
A primeira frustração já aparece quando a campanha, que sempre foi uma marca registrada da franquia, vem em um formato mais parecido com outro clássico da mesma época, Budokai. A escolha criativa de separar o enredo do anime por personagens é frustrante, o Budokai Tenkaichi sempre foi conhecido por espremer o máximo que Dragon Ball tem a oferecer. Como não lembrar, por exemplo, do Budokai Tenkaichi 2, onde controlamos o Yajirobe contra o Vegeta Oozaru? Aqui, esse momento é mostrado apenas em uma cena de 3 segundos.
Esse é só um exemplo de algo que se repete durante toda a campanha do Goku, onde todas as sagas são passadas superficialmente, sem nos dar contexto. Se você está buscando um jogo de Dragon Ball para te apresentar à franquia, definitivamente não é aqui que você será contemplado.
Além disso, o jogo conta com uma ideia de “What If“, aproveitando que a saga Super é sobre multiverso, os últimos jogos da saga têm brincado com o tema e aqui não é diferente. Porém, a forma como esse sistema é abordado no game é, novamente, frustrante. Os “What Ifs” não passam de algumas cenas adicionais, mal feitas, e que não agregam em nada para o fã ou para o jogador. Além disso, para liberá-las, é necessário completar side quests durante as lutas, e nem sempre isso é algo claro, o que torna tudo ainda mais frustrante.
Isso tudo apenas se salva um pouco pelo gameplay do jogo. Apesar de extremamente simples, é gostoso jogar Sparking Zero; talvez seja o game que melhor passe a sensação de você estar lutando no universo de Dragon Ball. Todos os personagens são extremamente parecidos, o que muda é o nível de força deles, mas a forma de jogar é a mesma para todos, o que, para mim, tira qualquer possibilidade desse game se tornar competitivo e roubar o posto do FighterZ.
Além da campanha, existe o modo offline e online que farão muito sucesso, além de outro chamada “batalha personalizada”, que nada mais é que um “Mario Maker” de Dragon Ball. Para quem gosta do gênero de criação e do universo da saga, será um prato cheio para criar set pieces e disponibilizá-las para que outros players possam jogar. Esse modo tem algumas criações da Bandai que são liberadas conforme avançamos na campanha, mas, novamente, aqui é tudo sem brilho e superficial.
Então, quando todos esses pontos são colocados, o questionamento que fica é: “Para quem é esse jogo?” Esse questionamento surge porque está claro que eles tentaram fazer uma mistura de tudo que deu certo nos últimos anos, mas a superficialidade do game não faz com que ele vá além do que é. Ele não tem a campanha memorável do Kakarot, não é competitivo como o FighterZ e não consegue explorar novas possibilidades como a saga Xenoverse faz.
Dragon Ball Sparking Zero tinha a faca e o queijo na mão para ser o melhor dos Sparkings. A tecnologia avançou, as possibilidades de ser ousado aumentaram e a saga Dragon Ball vinha de bons games. Porém, ao jogar e olhar o saldo, fica evidente a frustração de que esse jogo poderia ser mais e que não consegue ir além, nem do seu próprio potencial, nem pelo que a franquia Budokai Tenkaichi já entregou.
Texto de Leonardo Martins
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