Ah, é aquela época do ano de novo – as noites ficam mais longas, o ar começa a esfriar, e o som de adolescentes exaltados gritando nos fones de ouvido ressoa por aí. Sim, isso só pode significar uma coisa: o novo Call of Duty já está entre nós. E este ano, tem um gostinho especial. A Microsoft, que agora é a dona do pedaço, não só lançou Black Ops 6, mas jogou o game direto no Xbox Game Pass logo no primeiro dia. Dá pra acreditar?
Dessa vez, a Raven Software colocou a mão na massa na campanha de Black Ops 6. E olha, o tempo extra de desenvolvimento fez toda a diferença! Foram quatro anos inteiros lapidando cada detalhe. O resultado? Uma campanha cheia de surpresas – e não é qualquer surpresa, é aquele tipo que deixa o queixo caído, ainda mais pra um jogo da franquia Call of Duty. Se tem um lançamento que você não vai querer perder este ano, é esse.
O enredo de Black Ops 6? Ah, ele pega você e não larga mais. Por mais que possa soar meio deslocada vez ou outra, ela te faz querer descobrir o que vem a seguir a todo momento. Ali pela metade do jogo, a Raven decidiu ficar “diferentona” e jogou uma sequência toda esquisita, com uma vibe sobrenatural que mexe com a cabeça. É daqueles momentos que fazem você dar uma pausa e pensar: “O que é que tá acontecendo aqui?”. Sinceramente, fazia um bom tempo em que não me sentia tão interessado em uma campanha de Call of Duty.
Então, se você é fã da franquia, prepare-se – Black Ops 6 chegou com tudo, e promete te levar numa montanha-russa de ação e momentos “WTF”.
Black Ops 6 não é apenas mais um Call of Duty e eu posso provar:
Estamos em 1991, bem no auge da Tempestade no Deserto e no apagar das luzes da presidência de George H. Bush. Black Ops 6 nos leva de volta a esse cenário tenso e turbulento, dando sequência à história que começou lá em Black Ops 1, de 2010, e seguiu em Black Ops Cold War de 2020. Como é típico nas campanhas de Call of Duty, o enredo parece tranquilo na superfície, mas logo mergulhamos em uma ameaça que só o jogador e seu esquadrão podem eliminar. Daí em diante, é uma viagem global, cheia de adrenalina, reviravoltas e muitas explosões.
A grande sacada desse ano é como a Raven Software pega o que já conhecemos e consegue esticar, torcer e reinventar o familiar de forma empolgante. Dessa vez, a estrela é William “Case” Calderon, o protagonista que vai além de ser apenas um veículo para a ação, apesar de não ser tão bem desenvolvido como gostaria que fosse.
Os jogadores têm a chance de escolher diálogos e até se conectar mais com seus companheiros de equipe, fazendo perguntas sobre o passado deles e criando uma vibe meio “confraria secreta” no esconderijo, chamado The Rook. Esse esconderijo é uma mansão da KGB abandonada, que funciona tanto como ponto estratégico para a equipe, quanto um cofre de segredos escondidos. Dá pra explorar, encontrar registros em texto e áudio que enriquecem a história, e até descobrir uns Easter eggs que remetem a outros momentos da franquia.
Embora o jogo não reinvente a roda no universo dos games, é um marco importante pra série Call of Duty. É como se agora, além do espetáculo visual e das explosões típicas, a gente pudesse mergulhar em algo mais emocional. A sensação de imersão é maior, e as escolhas tornam o protagonista mais humano. Ah, e rola até umas mecânicas de evolução de personagem: ao longo da campanha, o jogador coleta dinheiro pra melhorar o Case, aumentando vida, reduzindo o tempo de recarga e o balanço das armas – tudo pra fazer dele um soldado ainda mais implacável.
Black Ops 6 equilibra bem o espetáculo com momentos de introspecção, numa pegada bem mais comedida no meio da franquia. Se quiser, você pode se infiltrar e eliminar os inimigos de forma furtiva, ou chegar botando pra quebrar. Tem uma missão em um cassino, por exemplo, onde Case começa eliminando seguranças na surdina, mas logo a visão se alterna entre outros membros da equipe, cada um em uma tarefa, até que o caos se instala e vira tiroteio de todo lado.
Mas a verdadeira vitória de Black Ops 6 não é que sua campanha seja uma das mais longas da história de Call of Duty. Não é que seja visualmente deslumbrante e apresente um design de som, dublagem e captura de movimento incríveis. O que eleva Black Ops 6 a ser uma das melhores campanhas da história da série são os riscos que Raven assumiu para não permanecer fiel à fórmula estabelecida.
Ele incorpora horror e subtexto introspectivo que fazem o jogador questionar a narrativa e o que está jogando. O que achei muito bem vindo, já que é sempre muito interesse ver a história pela perspectiva de personagens mais humanizados e que não estão ali simplesmente seguindo ordens. Não é exatamente uma novidade exclusiva de Black Ops 6, já vimos isso em outros jogos da franquia. Contudo, com toda certeza fizeram aqui algo especial.
A criatividade e a variedade de missões são a alma pulsante dessa campanha. Em um ritmo muito bem coreografado, você é lançado de um típico campo de batalha, marca registrada da franquia, para uma sequência digna de filme de espionagem no estilo Missão Impossível. E, quando você acha que já viu de tudo, o jogo vira a mesa e te coloca numa viagem psicodélica enfrentando um chefe surreal, que lembra em muito os mímicos de Prey (2017). E o que dizer da trilha sonora? No mínimo o trabalho de composição e execução aqui ganhará alguns prêmios merecidamente.
Essa montanha-russa de emoções e as pitadas de mecânicas fresquinhas fazem de Black Ops 6 uma experiência única. É tanto impacto visual, tanta intensidade e surpresas, que por um instante me peguei lembrando da campanha inesquecível de Titanfall 2. E olha, talvez esse seja o maior elogio que eu posso dar para esse novo Call Of Duty.
Infelizmente nada nunca é perfeito e há algumas escolhas de direção artísticas que me incomodaram em determinados pontos. Como o fato do nosso protagonista Case não ter voz no jogo. Sabemos que isso é feito para tentar aumentar a imersão colocando o jogador no papel daquele personagem, e eu sinceramente considero essa escolha acertada na maioria dos casos. Porém acredito que em Black Ops 6 acontece um efeito contrário.
O peso cinematográfico que a direção do jogo sempre procura alcançar exige uma voz. Há diversos trechos de adrenalina em que os personagens estão discutindo coisas importantes e fazendo menção diretamente ao Case, e o cara simplesmente não falar nada dá uma baita quebra de expectativa que me tiravam um pouco daquele universo quase sempre.
Outro detalhe relevante é que o jogo não é exatamente tão convidativo para novos jogadores em relação à sua trama. Bom, estamos falando de COD Black Ops “6”, e é natural essa nova história considerar eventos que aconteceram anteriormente. Não há nada de muito complexo, você provavelmente vai entender a maior parte de toda a trama que é muito bem contada.
Mas é inevitável que aqui você vai passar por personagens das histórias anteriores, e que muitas referências também vão ser feitas. E isso talvez deixe um sentimento de deslocamento para quem não é tão ligado assim em toda a lore da franquia.
Conclusão sobre a campanha de Call of Duty: Black Ops 6:
O lance com Call of Duty: Black Ops 6 é que, se você tá na expectativa daquela adrenalina típica que a franquia sempre entrega, pode ficar tranquilo: ela tá lá, do jeitinho que os fãs gostam. A Treyarch não economizou na dose de ação e conseguiu capturar aquela vibe que empolga a galera fiel de COD. Os modos Multiplayer e Zumbis, que já são marca registrada, foram ajustados na medida, entregando aquele equilíbrio perfeito entre novidade e familiaridade. Mas a verdadeira cereja do bolo aqui é, sem dúvida, a campanha de Black Ops 6.
É, sem exagero, um dos conteúdos mais bacanas que a série trouxe em anos. Black Ops 6 brilha com aquela velha fórmula do Call of Duty, mas adicionando pitadas novas que elevam a experiência a outro patamar. Pra ser sincero, dizer que este é o melhor Call of Duty dos últimos anos nem soa tão ousado assim – é quase uma constatação natural. A franquia sempre foi mestra em tiroteios intensos, mas aqui parece que rolou uma injeção extra de criatividade e trabalho duro na campanha que é bastante perceptível.
No fim das contas, Black Ops 6 oferece uma campanha que vale cada segundo de download no Xbox Game Pass. É uma história de tirar o fôlego, com um bom tempo de duração – cerca de oito horas de ação pura, pra quem quiser aproveitar tudo. E tá recheada de missões diversas e momentos que pegam o jogador de surpresa, incluindo uma cena específica que arranca um sorriso de quem tá ali na pele do personagem. Black Ops 6 é um salto gigantesco. Pros fãs de experiências AAA, épicas e cinematográficas, essa campanha vai ser um prato cheio.
The Review
Call of Duty: Black Ops 6
No fim das contas, Black Ops 6 oferece uma campanha que vale cada segundo de download no Xbox Game Pass. É uma história de tirar o fôlego, com um bom tempo de duração.
PROS
- Ritmo e narrativa que vão te prender
- Variedade e criatividade a cada missão
- Bons personagens coadjuvantes
- É uma das melhores campanhas de COD que já joguei
CONS
- Protagonista mudo não combina com a proposta do jogo
- A história pode ser confusa para novatos