A chama de Ne Zha arde mais forte do que nunca! O fenômeno animado “Ne Zha 2” não só conquistou o público, mas também pulverizou recordes, tornando-se o filme de maior bilheteria da China. De acordo com a plataforma Maoyan, o épico já arrecadou 5,78 bilhões de yuans (cerca de US$ 793 milhões), deixando para trás o antigo campeão, A Batalha do Lago Changjin.
E o que faz desse filme um verdadeiro titã das bilheteiras? Bem, além de sua estreia durante o badalado Ano-Novo Lunar, ele precisou de meros oito dias e cinco horas para reescrever a história do cinema chinês. Parece que Ne Zha não gosta só de desafiar os deuses—ele também adora desafiar os números. Assista ao trailer legendado:
Uma explosão visual que mistura tradição e tecnologia
Se o primeiro Ne Zha já foi um espetáculo, a sequência elevou a aposta. Com cenários de tirar o fôlego e efeitos visuais de última geração, o filme faz jus ao legado da animação chinesa. E não estamos falando só de uma paleta de cores vibrante e lutas eletrizantes: a tecnologia 5G e IoT foram usadas para refinar cada detalhe da experiência cinematográfica.
Mas calma, porque mesmo com essa roupagem high-tech, a alma do filme continua ancorada na tradição. A estética oriental foi preservada com maestria, garantindo que Ne Zha continue sendo um ícone cultural da China, ao mesmo tempo em que se reinventa para novas gerações.
Ne Zha contra o destino: um rebelde sem limites
Inspirado no clássico do século XVII Investidura dos Deuses, Ne Zha 2 resgata um dos personagens mais emblemáticos da mitologia chinesa. Mas esqueça aquela versão trágica e solene da lenda original! Aqui, Ne Zha troca a melancolia pela rebeldia: um jovem destemido, pronto para bater de frente com os deuses e tomar as rédeas do próprio destino.
Essa reinvenção ressoa forte com a juventude atual, que questiona regras, desafia padrões e não aceita destinos pré-escritos. Para reforçar essa conexão, o filme abraça elementos modernos como memes, gírias e até o sotaque de Sichuan para o Mestre Taiyi, mentor do protagonista. É a mitologia chinesa ganhando um toque pop, sem perder a essência.
Mais do que um filme, um espelho social
Por trás das batalhas épicas e da magia exuberante, Ne Zha 2 também conta uma história que muitos conhecem na pele. O preconceito que o protagonista enfrenta não é apenas um drama da ficção—ele representa a realidade dos “diferentes” no mundo real. É um grito contra estereótipos, um convite para desafiar o que é imposto e abraçar a própria identidade.
Os pais de Ne Zha, que antes eram retratados como figuras rígidas, ganham uma nova camada de humanidade. Agora, são um casal que desafia os próprios deuses para proteger o filho. Essa mudança reflete a evolução das famílias chinesas e fortalece o laço emocional do público com a história.
Um espetáculo que desafia os limites da animação
A grandiosidade do filme vai além da história. Para esta sequência, o estúdio triplicou o número de personagens, investiu em cenas de ação ainda mais elaboradas e recheou o longa com efeitos especiais de ponta. O resultado? Uma experiência visual que rivaliza com qualquer superprodução ocidental.
Ao longo da trama, Ne Zha percorre uma jornada que o transforma de um garoto teimoso em um herói que carrega o peso do mundo nos ombros. Mas calma lá—ele pode amadurecer, mas nunca perde aquele espírito rebelde que o torna único. Afinal, seu lema continua ecoando:
“Sou o mestre do meu próprio destino!”
Essa frase não é só um bordão de efeito. É um reflexo do pensamento taoísta, misturado com um toque de existencialismo moderno. É a tradição encontrando o novo, a mitologia abraçando a revolução. E é por isso que Ne Zha 2 não é apenas um filme. É um evento.